Brasil
Compreender o território designado para criação de uma Unidade de Conservação (UC), quando este já se encontra habitado, nem sempre é uma tarefa fácil, devido ao grau de complexidade que a questão conservação/sociedade apresenta. É a partir desse enredo que propomos apresentar este artigo, destacando a situação dos moradores que acabaram de inserir-se na delimitação territorial do Parque Nacional do Catimbau (PN-Catimbau), em Pernambuco. Contudo, vale ressaltar que as informações aqui expostas são fruto de pesquisa de campo realizada no período de 2009 a 2010, um pouco antes da escolha dos membros para criação do Conselho Consultivo do Parque, podendo, desta forma, não corresponder ao quadro atual que a área apresenta. Naquele momento, as pessoas do território se encontravam apreensivas com a ideia de terem que abrir mão de suas histórias de vida, das práticas sociais construídas por/para aquele ambiente. São pessoas que possuem forte ligação com seu espaço de vida e vivido, uma vez que se trata de espaços com um valor simbólico significativo, de heranças baseadas em conhecimentos empíricos e que acabaram constituindo, também, identidades com seu território. Esses grupos sociais estão distribuídos entre os municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, dentro do limite do PN-Catimbau, dispostos em pequenos grupos de habitantes, em que é possível encontrar fortes laços de parentesco e vizinhança, a maioria de pequenos posseiros ocupados com o trabalho agrícola em pequenos pedaços de terra e em muitos casos sem documentação oficial, ou seja, sem escrituras que comprovem a veracidade de serem donos dessas terras que ocupam.
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