Cláudio Jorge Moura de Castilho
Pretende-se fazer aqui uma análise da natureza dos movimentos sociais de bairro em Recife no contexto do processo de globalização o qual, segundo Milton Santos, se apresenta mediante três dimensões, ou seja, ao mesmo tempo, como perversidade, fábula e possibilidade. Partimos do entendimento do mundo como ele é, hoje, isto é, de um mundo perverso notadamente para as pessoas mais pobres da sociedade; mas que é apresentado como um mundo justo em que todos têm condições de participar dele. Mostramos como se criam e difundem fábulas à permanência deste mundo simulado pelo capitalismo, mascarando a sua perversidade e, simultaneamente, sustentando que, um dia, todos conseguirão incluírem-se sócio-espacialmente nele. E, por último, vislumbramos, mediante as especificidades do lugar, possibilidades da construção de um outro mundo, não obstante a permanência de forças que entravam a realização deste objetivo o qual constitui a meta maior dos movimentos sociais em diversos lugares do mundo.
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