F. G. Branco, Maria de Lurdes Belgas Reis, António Tadeu
Os elementos de betão no exterior de edifícios encontram-se sujeitos a ciclos de molhagem e secagem, à medida que as condições atmosféricas envolventes variam. Em climas frios, esta acção cíclica no betão pode exercer uma influência considerável na sua durabilidade, com a ocorrência de ciclos gelo-degelo.
Os tipos de betão mais compactos são mais sensíveis a este tipo de agressão, visto que a expansão do gelo no seu interior origina grandes tensões internas. Uma forma de garantir uma durabilidade mais elevada consiste em introduzir no betão um volume controlado de vazios, que contribuem para a redução das tensões internas. Algumas normas aplicáveis a betão, em particular a norma europeia EN 206-1, sugerem a utilização de adjuvantes introdutores de ar.
No presente trabalho, analisa-se a possibilidade de produção de vazios no interior do betão através de um processo alternativo. Produziram-se betões em cuja composição foi incorporada uma pequena quantidade de granulado de cortiça de pequena dimensão, com o objectivo de emular o efeito das bolhas de ar originadas pelos introdutores de ar. Realizaram-se ensaios laboratoriais em que se comparou o comportamento de vários tipos de betão sujeitos a um conjunto de ciclos gelo-degelo. Para além de diferentes misturas contendo cortiça, ensaiaram-se ainda um betão corrente de referência e um betão contendo adjuvantes introdutores de ar.
A presente comunicação descreve o trabalho realizado e apresenta as conclusões obtidas neste estudo.
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