O diálogo entre Ocidente e Oriente faz parte da mais recente história da filosofia contemporânea. Frente aos esforços de apresentar o Budismo japonês aos ocidentais, Teitarō Suzuki, chamado Daisetsu, comentou que, dentre os pensadores da filosofia ocidental, “Eckhart é aquele que está guiando o Zen para dentro do Ocidente”. O interesse da filosofia japonesa contemporânea por Mestre Eckhart, sobretudo dentre os autores da chamada Escola de Kyōto, representa não apenas uma mera aproximação por empatia, mas uma profunda introspecção da mística medieval como possibilidade de manifestar filosoficamente as bases do Zen Budismo, abrindo caminho para uma interculturalidade filosófica inédita no século XX. A despeito de sua presença constante (por vezes explícita, por vezes implícitas) em diversos filósofos japoneses contemporâneos, foi Keiji Nishitani o pensador que com maior devoção refletiu sobre a obra de Eckhart. A partir desse diálogo, talvez seja possível investigar até que ponto uma recepção contemporânea de Mestre Eckhart possa porventura reverberar uma meditação pertinente aos problemas cotidianos do século XXI e este é, sem embargo, o intuito deste trabalho.
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