Essa dissertação pretende historicizar, refletir e analisar a atividade cinematográfica nas colônias britânicas na África Subsaariana desde a chegada do cinema até as vésperas das independências. Como característica de todo esse período,podemosobservarodomíniodepraticamentetodaacadeiacinematográfica pelos colonizadores europeus e seu aliados. Além disso, os britânicos, em conjunto com os governos coloniais, investiram em unidades de produção e difusão que tinham como público-alvo os próprios africanos. Essa atitude inovadora foi responsável por levar, pela primeira vez, o cinema a milhares de nativos, promovendo importantes noções educativas relativas à autossustentabilidade, saúde, alfabetização etc. Essa era, em suma, a promoção do bem estar social promovido em todo o Império Britânico através do cinema. Ao mesmo tempo, no entanto, tais filmes serviram à apologia e propaganda dos discursos imperialistas e colonialistas, apontando, sob seu julgamento, o atrasoeainferioridadedaÁfricaedosafricanos. Comoobjetodeestudomais específico,focaremosemdoisdosprincipaisórgãosdeproduçãoedifusãonas colônias: 1)oBantuEducationalKinemaExperiment(BEKE),queentre1935 e 1937 produziu 35 filmes, em sua maioria exibidos em Tanganica, Niassalândia, Rodésia do Norte, Quênia e Uganda e 2) a Colonial Film Unit (CFU), que funcionou de 1939 até 1955 distribuindo filmes na quase totalidade das colônias britânicas na África.
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