Este artigo propõe apontar, no âmbito da poesia brasileira contemporânea, dois aspectos da lida com o real: um que pretende trazer ao poema a violência da nudez do real inóspito, locus adversus, ainda que se sabendo aquém desse real; outra que articula a realidade dentro do poema em direção oposta a um desejo de pura significação do signo linguístico. Nesse caso o que surge como ponto comum é uma ética da paixão pelo real que se materializa em diferentes estratégias de contato e mediação linguística. A autodescrição de um procedimento estético particular ou pelo menos, sua sugestão que consta em metapoemas ora analisados foi tomada como atalho crítico do estudo de como o real é articulado no espaço do poema hoje.
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