O nordeste brasileiro, cenário onde ocorrem os mais longos e árduos períodos de estiagem, é vítima dos problemas que mais afligem o mundo rural: a miséria e a fome. A partir da obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas (1937-1938), este trabalho trata de refletir sobre a vida de famílias sertanejas que, ao serem vítimas das adversidades do tempo e da falta de políticas públicas, são condenadas a abandonar seus lares em busca de melhores condições de vida. Os personagens da obra estudada têm uma dimensão testemunhal-simbólica muito significativa, são vítimas do atraso e da ignorância; condenados à indigência e à fuga; pessoas prescindíveis para o mundo urbano, “civilizado”; invisíveis diante do desenvolvimento tecnológico do consumo. O escritor alagoano mostra a grande problemática existente no campo, utilizando a sua literatura para chamar atenção das circunstâncias de abandono, opressão e injustiça social em que vive grande parte das populações rurais.
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