O artigo examina os efeitos da proteção social brasileira desenhada a partir da década de 1980 para as relações de gênero. Visa evidenciar dilemas e paradoxos que atravessam as lutas e análises feministas em torno da conquista de direitos das mulheres à igualdade social, na medida em que tem de lidar com a afirmação da diferença como parte de seus pressupostos. Para tanto, são problematizadas algumas políticas e programas formulados no campo da saúde, educação e assistência social, bem como a trajetória das lutas feministas até a contemporaneidade. Defende que o “familismo” e a “feminilização” das políticas reatualizam tradicionalismos nas relações de gênero no âmbito das ações de proteção social, especialmente no que tange à produção de cuidados. Aponta desafios para a construção de políticas de gênero que articulem as diversas dimensões dos sujeitos.
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