A ação do tempo e dos agentes climáticos faz-se sentir de uma forma muito particular nos revestimentos exteriores, e em especial nas argamassas de revestimento, fazendo com que estes sejam normalmente os primeiros elementos a degradar-se e necessitar de reabilitação. Tendo também em conta a função de proteção que lhes é exigida facilmente se compreende a importância da execução de uma boa conservação/reabilitação.
A urgência em solucionar problemas que se arrastam no tempo e continuam a degradar as paredes leva, muitas vezes, a intervenções menos corretas com soluções inadequadas que, em vez de se revelarem a solução do problema, o vêm agravar.
Os rebocos antigos eram, essencialmente, rebocos à base de cal aérea e a sua reabilitação/substituição deve ser executada com argamassas compatíveis, para que, não só se restitua a função protetora, como também se mantenha a integridade do conjunto parede-reboco e a imagem do edificado. Os revestimentos que demonstram maior compatibilidade com este tipo de revestimento são os rebocos à base de cal aérea e de cal hidráulica natural.
Como é conhecido, muitos rebocos antigos tinham, integrados na sua composição, resíduos de cerâmica em grande quantidade, nomeadamente em Portugal, Espanha e outros países latinos. Assim, numa tentativa de conjugar o interesse da reutilização dos resíduos de cerâmica, reduzindo as quantidades que são normalmente depositadas em aterro, com os benefícios técnicos que os mesmos podem trazer às argamassas de substituição/reabilitação, tem sido desenvolvida investigação experimental na Universidade de Coimbra, em colaboração com a Universidade Nova de Lisboa, acerca do comportamento de argamassas de cal com incorporação de resíduos cerâmicos.
Neste artigo pretendem-se apresentar os desenvolvimentos mais recentes sobre a caracterização experimental destas argamassas.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados