Brasil
O Brasil possuí uma das avifaunas mais ricas do mundo, porém, nem todas as espécies despertam nas pessoas um sentimento de admiração, o que pode resultar em atitudes negativas ligadas ao medo e à aversão para com as mesmas e, consequentemente, graves impactos sobre a avifauna, comprometendo assim os serviços ecossistêmicos prestados por esses animais. O presente artigo registra as espécies de aves conhecidas pelos moradores da zona urbana e rural (povoado Bom Jardim) do município de Itabaiana, Sergipe, bem como as espécies causadoras de algum tipo de aversão. Os dados foram coletados de fevereiro a abril de 2016 por meio de entrevistas estruturadascom 100 moradores da zona urbana e 100 moradores da zona rural de ambos os gêneros. Com base nos resultados obtidos, um total de 90 diferentes espécies de aves foram reconhecidas durante as entrevistas, das quais 17 foramapontadas como causadoras de algum tipo de aversão. Os entrevistados da zona urbana afirmaram conhecer, em média, 29 diferentes espécies, enquanto que na zona rural este valor subiu para 47. Com relação ao sexo os homens, em média, afirmaram conhecer 54 espécies, enquanto as mulheres 22. As principais espécies citadas por causar aversão foram a rasga-mortalha (Tyto furcata), justificado por possuir aspecto desagradável e prenunciar morte; o urubu (Coragyps atratus), por aspecto desagradável, nojo e mal cheiro; e o pombo (Columba livia), por ter sido citado como agente transmissor de doenças e prenunciar algum evento desagradável. A aversão, preconceito ou medo, pode trazer graves impactos para as espécies-alvo. Espera-se que os dados obtidos possam subsidiar medidas conservacionistas a fim de proporcionar uma relação mais harmônica entre seres humanos e aves consideradas nocivas.
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