Denise Pereira, Gerald Luckhurst
Em 1892, quando Jorge O’Neill se resolveu a construir a sua vila marítima, Cascais já era um local de vilegiatura afamado. O’Neill, um capitalista de íntimas relações com os mais proeminentes artistas e intelectuais da praça, decidiu construir uma casa que refletisse a sua ancestral linhagem de príncipe de Clanaboy e selecionou um trio de arquitetos para desenvolver o seu programa ideológico fundado no emotivo e cenográfico tema do castelo medieval. Os projetos de Manini e as inéditas contribuições de Haupt alargam, assim, a perspetiva usual de atribuição do risco do palacete a um único arquiteto: Francisco Vilaça. Em conjunto, desenvolveram um programa estético que especula sobre as possibilidades de uma imagem tradicional e moderna da arquitetura portuguesa, integrando, num único projeto, conceitos de naturalismo, de sensibilidade pictórica e de espírito luso. Nesta perspetiva, segundo os autores, a casa O’Neill antecipa o alento da arquitetura de Raul Lino.
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