O caboverdiano Corsino Fortes e o brasileiro Sousândrade, cada um, em seu tempo, respectivamente, segunda metade do século XX e segunda metade do século XIX, escreveu uma épica que tem como estratégia dramatizar os discursos nacionais, permitindo pensar, dentro do espaço da literatura, no debate da formação da nação, enquanto ato inconcluso, aberto e em condições fragmentárias. A narrativa da nação em O Guesa, de Sousândrade, e em A cabeça calva de Deus, de Corsino Fortes, será uma máquina literária de dissemiNação (BHABHA), o que equivale a dizer que a nação será narrada no instável território da diversidade cultural onde os agentes do discurso atuam numa dialética de diferentes temporalidades: moderna, colonial, póscolonial, nativa. Para esta abordagem, foi enfocado o aspecto da viagem como elemento desencadeador da narrativa na liminaridade.
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