O presente trabalho constitui uma discussão em torno de certas lacunas existentes tanto no que diz respeito à historiografia de algumas das primeiras cidades candangas – Núcleo Bandeirante, Ceilândia – em sua relação com Brasília, quanto ao lugar marginal ocupado pelo cordel no campo literário brasileiro. Para tal, essa pesquisa reúne folhetos de cordéis escritos pelos próprios candangos, os paus-de-arara que, seduzidos pelas campanhas da construção da Nova Capital, atravessaram o Nordeste e empreenderam uma viagem rumo ao Planalto Central em busca de uma vida melhor. Em um dos folhetos nos deparamos com o testemunho e o registro do cotidiano a partir do olhar de um dos trabalhadores da construção de Brasília; em outros folhetos de cordel, encontramos o registro do surgimento do complexo de favelas em torno da antiga Cidade Livre (hoje Núcleo Bandeirante) e o registro das Campanhas de Erradicação de Invasões, que deram origem à Ceilândia.
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