A construção de uma identidade feminina afro-brasileira é uma questão a ser observada. Mesmo na língua falada no país, na expressão “mulher negra”, o adjetivo negro contém um significado implícito de sujeira, melancolia, condenação, etc. Esse fato também nos revela que princípios de equidade não fazem parte da rotina da mulher afro-brasileira: ela ainda efetua trabalhos com a mais baixa remuneração; ainda que tenha concluído um curso superior, o mercado a rejeita devido à sua “aparência”. Ainda que sejam muitas, as mulheres negras permanecem invisíveis. Mas, dessa invisibilidade, resurgem e constroem suas identidades. Neste artigo examino os processos por meio dos quais a poeta afro-brasileira Conceição Evaristo elabora suas múltiplas identidades, ou seja, como sai da invisibilidade para transformar marginalização em poder.
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