O ponto de partida do ensaio é o diálogo de João Guimarães Rosa com Edoardo Bizzarri, tradutor italiano de Corpo de baile, acerca de uma úni ca página "intraduzível " desse imenso livro de novelas. Vere mos que tal página contém a fala de um "doido", o Chefe Ezequiel, que ouve e distingue coisas incompree nsíveis para os demais: a lingua ge m da noite. Dotado de uma percepção aguçada, ele fala uma língua estranha, de conteúdos enigmát icos, freqüentemente atribuindo ou tros nom es para as coisas e novos significados para os nomes, ou sim plesmente cria ndo nomes motivados por inusitadas sinestes ias. Brincando com a linha tênue e ar bitrária que distingue as coisas do mun do, é essa linguagem obscura que desconcerta a tradução da novela "Buriti ".
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