O presente artigo versa sobre o espaço simbólico da fronteira como campo de limites e possibilidades no sentido da inter-relação étnica, cultural e social. Pretende demonstrar que o cenário de fronteira, que por vezes é visto como zona de conflito, pode apresentarse como espaço privilegiado, de possibilidades, acesso, comunicação e de autoafirmação. Emerge na discussão a fronteira enquanto espaço cultural, o lugar de encontro entre o eu e o outro. O campo de análise é a Comunidade quilombola Campina de Pedra (MT), a qual nos oferece uma realidade onde a fronteira é privilegiada por suas experiências de vida, tradições culturais, e lutas por direitos. Evidenciam-se, nesse cenário, as possibilidades de autonomia e empoderamento dos sujeitos, além do fortalecimento do diálogo e da ampliação das interações sociais enquanto dimensões que respeitam a história e os contextos e que em sua essência fazem parte de um universo que não desenha fronteiras.
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