Mario Sérgio Vasconcelos, Maria Elvira Bellotto
Essa pesquisa descritiva teve como principal objetivo identificar significações que alunos do ensino fundamental e médio atribuem diante de um conflito envolvendo a indisciplina em contexto escolar. O referencial teórico-metodológico utilizado foi a Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento. Modelos organizadores são representações mentais elaboradas sobre uma determinada situação, compostos pelos elementos destacados pelo sujeito, os significados atribuídos a esses elementos e as implicações estabelecidas entre os elementos e os significados. Para atingir nosso objetivo investigamos os modelos abstraídos por 100 alunos de 8, 10, 12, 14 e 16 anos (20 em cada grupo de idade), pertencentes a duas escolas públicas da cidade de Assis (SP), Brasil. São alunos de ambos os sexos, das 2a, 4a , 6ª e 8ª série do ensino fundamental e 2ª série do ensino médio, escolhidos aleatoriamente. Para coletar os dados utilizamos a entrevista e a apresentação de dois conflitos hipotéticos relacionados a uma situação de indisciplina em sala de aula. As principais conclusões foram: a) quase todos os participantes desaprovam os atos indisciplinados (91%); a maioria dos participantes (88%), direta ou indiretamente, aprova a punição para o autor da indisciplina; c) são freqüentes as representações no sentido de evitar a incidência do ato indisciplinado (68%); d) as significações, no sentido de evitar o ato indisciplinado, aparecem de forma crescente nos modelos apresentados por alunos das séries mais elevadas, principalmente da 8ª série do ensino fundamental e da 2ª série do ensino médio; e) a variedade de modelos organizadores identificados evidencia, para além dos aspectos cognitivos, a importância dos conteúdos afetivos e socioculturais na construção dos argumentos relacionados a julgamentos morais na escola.
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