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Mais do que resistência, avanço: Desde o boicote de minha senhora de mim à sua canonização

    1. [1] Universidade Federal de Santa Catarina

      Universidade Federal de Santa Catarina

      Brasil

  • Localización: Anuário de literatura: Publicaçao do Curso de Pós-Graduaçao em Letras, Literatura Brasileira e Teoria Literária, ISSN 1414-5235, Vol. 22, Nº 1, 2017, págs. 116-127
  • Idioma: portugués
  • Enlaces
  • Resumen
    • Iremos neste artigo analisar de que forma Minha Senhora de Mim (1971), de Maria Teresa Horta, atentou o regime ditatorial que foi o seu zeitgeist, partindo da forma como usou a literatura canónica e a tradição literária para desafiar um status quo, trazendo para a literatura portuguesa um novo modelo de relações entre os sexos, contrastante com as políticas impostas pelo Estado Novo, constitucionalmente consagradas, reclamando para as mulheres o direito ao prazer sexual e a um lugar na sociedade que não se limitasse ao de coadjuvante. O desafio à tradição literária merecerá alguma atenção, na medida em que é feito através da subversão do conteúdo das cantigas de amigo medievais. Num segundo ponto, analisaremos não só o contexto da produção da obra literária, mas também a ação consequente da PIDE. Finalmente, iremos analisar o papel da polícia política no boicote desta obra e da carreira literária da autora, tentando entender se foi aqui bem sucedida, assim como o papel que a obra desempenha hoje no cânone literário português.


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