Até o presente, a compreensão da relação de Marx com o conceito hegeliano de reconhecimento passou quase que exclusivamente pela remissão da noção de luta de classes à dialética do senhor e do servo. Dialogando criticamente com um autor central das teorias contemporâneas do reconhecimento (Axel Honneth) e com alguns esforços de leitura mais recentes sobre o lugar do reconhecimento na obra de Marx (dentre outros, o de Michael Quante), o artigo busca demonstrar que o reconhecimento desempenha na obra de Marx um papel mais complexo do que o geralmente apontado pelos seus intérpretes. Argumenta-se que essa relação, que tem início nos manuscritos de 1844 e se estende até O Capital, pode ser compreendida como uma crítica imanente da teoria do reconhecimento e do modelo crítico da reconstrução normativa como pensado por Honneth.
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