Brasil
A exposição de crianças foi uma prática amplamente difundida e aceita na colônia luso brasileira. Essa prática foi recorrente também, entre a população da freguesia Madre de Deus de Porto alegre, desde sua fundação no ano de 1772. Durante o período proposto para esta análise (até 1822), não havia em Porto Alegre a Roda dos expostos. Neste caso, a forma predominante de exposição é o que a historiografia denomina de abandono domiciliar. Frente a esse quadro, a Câmara ficou responsável por custear e administrar a criação dessas crianças como exigia as Ordenações do Reino. Essa singularidade cabe a Porto Alegre, pois, foram poucas as câmaras ultramarinas que assumiram esse pesado encargo. Nesse contexto, o presente artigo pretende explorar como diversos grupos sociais usufruíram desses recursos disponibilizados pela Câmara em troca de prestígio, expandir alianças ou como uma forma de renda financeira para o sustento da família. Para esse objetivo, reservei dois exemplos de “domicílios referência” receptores de expostos para servirem como objeto de nossa reflexão. O aporte teórico-metodológico consiste no cruzamento nominativo de fontes, os registros paroquias (batismo, casamento e óbito) e os termos de vereança.
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