Arrondissement de Lyon, Francia
O artigo discute a representação Cisterciense do labor monástico. Ele baseia-se primordialmente em fontes polemistas e hagiográficas, tendo o intuito de entender como o discurso monástico sobre as atividades manuais, fora dos muros do mosteiro, se tornou, na Ordem de Cister, um importante elemento de construção identitária. Deseja-se reexaminar o lugar do trabalho manual nos discursos elaborados pelos monges, de modo a interrogar sobre as relações – no seio do monacato e globalmente nas sociedades medievais – entre representação do trabalho e modelo de sociedade. Não é por acaso que o debate monástico se torne agudo e mude de natureza na virada do século XI para o XII, fazendo emergir uma ideia do trabalho que não é mais exclusivamente um instrumento de penitência, mas também um meio positivo de distinção e de hierarquização no caminho da perfeição e, portanto, da salvação. Deste ponto de vista, a virada dos séculos XI e XII seria, através do novo monacato, portadora de um novo paradigma transmitido tanto pelas cartas, quanto pelos textos narrativos, das homilias ou das hagiografias. Assim, se os Cistercienses não romperam com a imagem ascética e penitencial do trabalho, o enriqueceram claramente com um valor positivo, a serviço de uma maior perfeição comunitária.
The article deals with Cistercian representation of monastic labour. It is based primarily on polemical and hagiographical sources in order to understand how monastic discourse about manual activities outside the monastery walls became in the Cistercian order an important element of self-identity construction for the Cistercian order. It is desired to reexamine the place of manual labor in the speeches elaborated by the monks, in order to interrogate the relations - in the heart of monasticism and globally in medieval societies - between work representation and model of society. It is not by chance that the monastic debate becomes acute and changes its nature from the turn of the eleventh to the twelfth century, giving rise to an idea of work that is no longer exclusively an instrument of penance but also a positive means of distinction and hierarchy in the way of perfection and, therefore, of salvation. From this point of view, the turn of the eleventh and twelfth centuries would be, through the new monastic, a new paradigm transmitted by letters, narrative texts, homilies or hagiographies. Thus if the Cistercians do not disrupted the ascetic and penitential image of work, they would enrich with a positive value, in the service of greater communal perfection.
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