Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


A perceção dos jesuítas no mundo português: entre o trato de e o gosto por «orientalia» (sécs. XVI-XVII)

    1. [1] Universidade Do Porto

      Universidade Do Porto

      Santo Ildefonso, Portugal

  • Localización: Hipogrifo: Revista de Literatura y Cultura del Siglo de Oro, ISSN-e 2328-1308, Vol. 6, Nº. Extra 1, 2018, págs. 245-264
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • The Perception of the Jesuits in the Portuguese World: between the Trade of and the Taste of «Orientalia» (16th-17th centuries)
  • Enlaces
  • Resumen
    • español

      Durante os sécs. XVI e XVII, os jesuítas notabilizaram-se na encomenda de orientalia. Incluía esta encomenda exotica, rarita, naturalia. Tratando-se de homens de religião, uma parte considerável das orientalia encomendadas tinha um carácter religioso. Pelo menos, no início, tais objetos destinavam-se predominantemente à liturgia nas missões. No entanto, os jesuítas rapidamente desenvolveram um apurado gosto pelo colecionismo destes objetos, tendo-se ainda notabilizado no seu comércio. Entre as orientalia que mais interesse despertavam entre os jesuítas, destacavam-se a seda e a prata japonesas transportadas pela Nau do Trato, as rarita indianas, como objetos de ourivesaria e escultura em marfim, ou ainda naturalia e exotica, como pérolas e pedras de bezoar. Os Jesuítas aderiram ainda, de imediato, à moda da porcelana e da laca chinesas. Os jesuítas foram agentes fundamentais do ponto de vista técnico. A criação das pedras de Goa e a introdução da Púrpura de Cassius deveu-se a jesuítas. Autores jesuítas escreveram ainda importantes tratados técnicos. O comércio e o colecionismo de orientalia por jesuítas era, muitas vezes, excessivo. No entanto, a repetição de proibições pelo Geral Claudio Acquaviva e pelo Geral Everardo Mercuriano é bem elucidativa da incapacidade das autoridades acabarem com as práticas pouco adequadas a religiosos de possuírem objetos luxuosos e de fomentar o gosto pelo luxo, através da oferta de orientalia.

    • English

      The Jesuits became reputed commissioners of orientalia, during the 16th and the 17th centuries. Their commission of orientalia included exotica, rarita, and naturalia. Due to the fact that they were members of a religious order, a considerable part of orientalia had a religious character. At least, at the beginning, those objects were destined mainly to the liturgy in the missions. Nevertheless, the Jesuits quickly developed an exquisite collectionism taste of those objects and as traders. Among the orientalia that arose the greater interest among the Jesuits, reference shall be made to Japanese silk and silver transported by the Nau do Trato, Indian rarita, such as jewellery and ivory sculpture, and also naturalia and exotica, such as pearls and bezoar stones. The Jesuits moreover joined immediately the interest for Chinese porcelain and lacquerware. The Jesuits were fundamental agents from a technical viewpoint. They are credited with the creation of the Goa stones and the introduction of the Cassius purple. Jesuit authors further wrote important technical treatises. The trade and collectionism of orientalia by the Jesuits were often excessive. However, the repetition of the interdictions by both the General Claudio Acquaviva and the General Everardo Mercuriano clearly illustrates the incapacity of the authorities to put an end to inappropriate practices to religious men of owning luxurious objects and fomenting the taste for luxury, through the offer of orientalia.

    • português

      Durante os sécs. XVI e XVII, os jesuítas notabilizaram-se na encomenda de orientalia. Incluía esta encomenda exotica, rarita, naturalia. Tratando-se de homens de religião, uma parte considerável das orientalia encomendada tinha um carácter religioso. Pelo menos, no início, tais objetos destinavam-se predominantemente à liturgia nas missões.  No entanto, os jesuítas rapidamente desenvolveram um apurado gosto pelo colecionismo destes objetos, tendo-se ainda notabilizado no seu comércio. Entre as orientalia que mais interesse despertavam entre os jesuítas, destacavam-se a seda e a prata japonesas transportadas pela Nau do Trato, as rarita indianas, como objetos de ourivesaria e escultura em marfim, ou ainda naturalia e exotica, como pérolas e pedras de bezoar. Os Jesuítas aderiram ainda, de imediato, à moda da porcelana e da laca chinesas. Os jesuítas foram agentes fundamentais do ponto de vista técnico. A criação das pedras de Goa e a introdução da Púrpura de Cassius deveu-se a jesuítas. Autores jesuítas escreveram ainda importantes tratados técnicos. O comércio e o colecionismo de orientalia por jesuítas era, muitas vezes, excessivo. No entanto, a repetição de proibições pelo Geral Claudio Acquaviva e pelo Geral Everardo Mercuriano é bem elucidativa da incapacidade das autoridades acabarem com as práticas pouco adequadas a religiosos de possuírem objetos luxuosos e de fomentar o gosto pelo luxo, através da oferta de orientalia.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno