Para o filósofo Gilles Deleuze, é por necessidade que criamos, nunca pelo capricho de um ego ávido em contar suas historinhas, no mais das vezes irrelevantes e sem sabor. O que me interessa aqui é sublinhar essa ideia de criação artística menos afeita ao regozijo de um eu que deseja manifestar-se, comunicar-se, e muito mais uma outra, em que um sujeito pensa sobre si mesmo e sobre a existência como “uma sinuca de bico vital”, como diz, de maneira exemplar, o poeta Waly Salomão. A criação seria então um modo de escapar dessa sinuca de bico. (...)
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