Depois de muitos anos trabalhando com os Xerente Akwén, povo indígena da família linguística Jê e observando o modo como esse povo classificase a si mesmo e também a fauna e a flora, decidi tratar das propriedades dos in alienáveis, as quais, em meu ponto de vista, ligam os Akwén à fauna e à flora, em uma categoria sobreposta às demais classificações da língua. Para tanto, utilizo a teoria da etnossintaxe ou semântica da gramática, baseada em uma revisita de vários estudiosos aos escritos de Sapir e Whorf, em uma versão relativista denominada “narrow”, ou “fraca”, não determinista como anteri ormente eram considerados os estudos de Sapir e Whorf. Foram utilizados vários dados coletados ao longo de meu trabalho, a partir dos quais elaborei um questionário específico que foi aplicado ao meu pesquisador auxiliar, Sisdaze Akwén, na faixa da geração considerada mais velha (acima de 40 anos). Os da dos descritos e analisados mostram as diferentes formas de classificação dessa língua, diversas das ocidentais, as quais, seguramente, podem contribuir para a ciência da linguagem, para os povos de etnias diversas e para a sistematização das classificações singulares que elas elaboram e, consequentemente, para a educação escolar indígena.
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