O Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio torna-se o 266o Papa da Igreja Católica em 28 de fevereiro de 2013, adotando o nome de Francisco, ao suceder o Papa Bento XVI, que ainda em vida abdica ao torno de Pedro, após estar submetido a pressões internas e questionamentos externos. O Papa Bento XVI não conseguiu, a despeito de sua competência filosófico-teológica, cativar católicos e não católicos pela via da simpatia. O Papa Francisco, por outro lado, desde os primeiros momentos de seu reconhecimento público foi simpático e angariou simpatia de crentes e não crentes. Contudo, ao oferecer e abrir-se simpaticamente às pessoas, o atual Papa trouxe expectativas de inovações à Igreja, esta que tem se mostrado mais comprometida com a tradição do que com uma agenda Moderna. Em sua vinda ao Brasil, na ocasião da 26a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro, o Sumo Pontífice não apenas precisou este embate entre inovação e tradição, como enfrentou a questão da perda de vitalidade da Igreja Católica que enfrenta a perda de fiéis. Um Papa oriundo de um país da periferia política e econômica, da América Latina, que é reconhecido por seu carisma e simpatia, e que sinaliza para a Igreja, pragmaticamente, as periferias urbanas como espaço de evangelização. No entanto, a despeito do tempero que é introduzido ao papado, pretendemos analisar neste trabalho se de fato Francisco inova ou é original, isto é, o quanto ele reforça a tradição e dela procura fundamentos de ação, assim como referencia suas ações pragmaticamente, e desta maneira, privilegia certos grupos e extratos sociais, enquanto não se oferece simpaticamente a outros. Nosso trabalho visa tomar as falas do Papa Francisco para a JMJ e buscar entender a articulação de seu carisma, de sua simpatia e da pragmática evangelizadora.
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