Com o intuito de superar a situação paradoxal em que se encontra, ao conceitualizar a natureza de tal modo que a sua própria presença na natureza resulta inconcebível, a modernidade apresenta ao menos quatro alternativas: a) defesa do dualismo (Descartes, Kant);
b) apelo a um monismo da natureza (Spinoza, Hobbes); c) afirmação de um monismo da subjetividade (Fichte); d) ou, por fim, elaboração de um monismo dialético (Schelling, Hegel). É bem conhecido que, destas quatro alternativas à crise de autointerpretação da subjetividade moderna, a primeira terá a influência mais duradoura na cena filosófica, marcando, ponto a ponto, este último alento da modernidade que alguns chamam de pós-modernidade, e desembocando na presente situação de “hipercomensurabilidade” entre subjetividade e natureza diagnosticada por Bruno Latour. A crise da subjetividade torna-se, assim, crise da filosofia, que termina refém da síndrome da casa tomada.
To overcome the paradoxical situation in which the modern subject finds itself, on conceptualizing nature in such a way that its very presence in nature becomes inconceivable, modernity has supplied at least four alternatives: a) the first is to defend dualism (Descartes, Kant);
b) the second option is to support a monism of nature (Spinoza, Hobbes);
c) the third alternative is to defend a monism of subjectivity (Fichte);
d) the fourth and last alternative is to support a dialectical monism (Schelling, Hegel). It is well known that, of these four alternatives to the self-interpretation crisis of modern subjectivity, the first ultimately had a more lasting influence on the philosophical scene, marking, point to point, this last breath of modernity that some call post-modern, which flows into the present situation of “hyperincommensurability” between subjectivity and nature, as diagnosed by Bruno Latour. The crisis of subjectivity thus becomes a crisis of philosophy, which ends up as a hostage to the syndrome of the house taken over.
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