O presente artigo deseja analisar o romance La marchande d’enfants, escrito por Gabrielle Wittkop e publicado postumamente em 2003, propondo-se a desvelar os mecanismos perversos de um texto que vai para além da religião, da moralidade e coloca a perversão como motivo de sua narração. Wittkop tentaria, por meio de uma escrita poética e perversa, alcançar o extremo, o absurdo ao fazer conscientemente uso da violência própria à linguagem, atacando, penetrando e testando as fronteiras do eu e os limites da representação. Nesse sentido, é nosso objetivo analisar, em La marchande d’enfants, o uso de um duplo jogo da linguagem, que joga com a imagética e a imaginação e, sobretudo, engaja seu leitor a tornar-se cúmplice das ações violentas ali postas em cena.
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