Em fins do século XIX, em um contexto de declínio econômico e político do Ceará – assim como de todo o Norte e Nordeste brasileiro –, a despeito dos recursos cada vez mais escassos, registrou-se uma atividade artística intensa e fecunda, principalmente a literária, em Fortaleza. Grupos de intelectuais e homens de letras concorreram entre si na fundação de agremiações, movimentos literários, espaços de sociabilidade artística, intelectual e até científica, onde discutiam assuntos os mais variados, em particular os literários. A literatura, dessa forma, assumiu papel central na criação de uma atmosfera e na constituição de um verdadeiro campo literário, o que permitiu a acumulação do capital simbólico em forma de habitus e o escritor tivesse considerável protagonismo social na formação de um público leitor. Neste artigo, procura-se investigar como tais grupos de homens de letras, em particular o movimento da Padaria Espiritual, foram de extrema importância para a história da literatura cearense, devido à manutenção de revistas e jornais literários veiculados por essas agremiações.
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