Ana Mafalda Santos Portas Matias
Em Portugal, e actualmente, assiste-se a uma crescente preocupação com a imagem corporativa e suas teorizações. Na última década, editaram-se livros especializados sobre a matéria, com contributos conceptuais e práticos de grande pertinência, que auguram importância crescente a esta área de actividade, em torno da qual se estrutura grande parte do sucesso das organizações modernas.
Todavia, o mesmo não se verifica com as crises organizacionais, acontecimentos circunstanciais e extraordinários que, ao que parece, ainda não preocupam suficientemente – excepto em sectores de alto risco – os administradores e gestores portugueses. De facto, as instituições reservam o termo “crise” para os acontecimentos particularmente graves e com grande visibilidade exterior. Neste ponto específico, é de salientar a influência dos meios de comunicação social, que frequentemente contribuem para amplificar acontecimentos que, na sua essência, não seriam realmente críticos. Daí a necessidade crescente de tratar as crises organizacionais no âmbito da comunicação corporativa, pela notável influência que podem ter na imagem percebida da organização em causa. Não obstante, o certo é que muito pouco se tem documentado, à escala nacional, sobre gestão da comunicação de crise.
Abordar-se-á, pois, a temática da comunicação de crise sob as perspectivas preventiva e reactiva, bem como a gestão do pós-crise, digna de relevo na medida em que pode configurar oportunidades. A etapa pós-traumática é essencial no futuro das organizações, representando o momento em que se devem tomar decisões correctivas, extraindo ensinamentos do ocorrido e devolvendo a confiança aos públicos internos e externos
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