Ciência da religião como discurso colonialista: o caso de Rudolf Otto

• Autores: Timothy Murphy
• Localización: Revista de Estudos da Religião (REVER), ISSN-e 1677-1222, Vol. 18, Nº. 1, 2018 (Ejemplar dedicado a: Arte é Liturgia?), págs. 329-349
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Portuguese translation of Timothy Murphy's "Religionswissenschaft as colonialist discourse: the case of Rudolf Otto"
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• Resumen
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    The dominant approach to the study of religion known as the phenomenology of religion’s core assumption was that underlying the multiplicity of historical and geographically dispersed religions was an ultimately metaphysical, trans-historical substratum, called “man”, Geist, or “consciousness”. This transhistorical substratum is an expressive agent with a uniform, essential nature. By reading the data of religion as its “expressions”, it is possible to sympathetically understand their meaning. Geist, or “man”, then, is both a philosophy of history and a hermeneutical theory. It also forms a systematic set of representations, which replicate the structure of the asymmetrical relations between Europeans and those colonized by Europeans. The metanarrative of Geist is a narrative of the supremacy – their term, not mine – of white, Christian Europe over black, “primitive” Africa and “despotic” Asia. Spirit moves from the South to the North; away from the East to the West. This paper locates Rudolf Otto’s work within the structure and history of phenomenological discourse and argues that the science of religion as described there conforms nearly perfectly to the structures of colonial discourse as this has been discussed and analyzed by theorists such as Jacques Derrida and Edward Said.

  • português

    A abordagem dominante na ciência da religião conhecida como fenomenologia da religião possui um pressuposto central de que subjacente à multiplicidade de religiões historicamente e geograficamente dispersas há um substrato metafísico e trans-histórico chamado de “o homem”, Geist ou “consciência”. Esse substrato transcultural é um agente expressivo de natureza uniforme e essencial. Ao interpretar os dados da religião como “expressões” desse substrato, poderíamos entender de forma empática seu significado. Assim, Geist, ou “o homem”, é uma filosofia da história e uma teoria hermenêutica. Também forma um conjunto sistemático de representações que reproduz a estrutura das relações assimétricas entre os europeus e os colonizados pelos europeus. A metanarrativa de Geist é uma narrativa da supremacia – palavras deles, não minhas – da Europa branca cristã sobre a África negra “primitiva” e a Ásia “despótica”. O espírito se move do sul para o norte; afastando-se do oriente para o ocidente. Este artigo localiza o trabalho de Rudolf Otto dentro da estrutura e história do discurso fenomenológico, argumentando que a ciência da religião como ali descrita se adapta perfeitamente às estruturas do discurso colonial como já discutidas e analisadas por teóricos como Jacques Derrida e Edward Said.