El artículo examina cómo y hasta qué punto el Movimiento Alimentario Alternativo (afm, por su sigla en inglés), en sus diversas versiones, ha impactado en un espacio discursivo alimentario dominado y ordenado por el sistema alimentario global-industrial. El movimiento ha logrado muchas victorias particulares: huertas escolares, almuerzos de cafetería más saludables, cadenas de suministro alimentarias más cortas, etiquetamiento de productos locales, prácticas orgánicas de cultivo y al menos un poco de compostaje. Algunas personas ven el conjunto de estos triunfos como el comienzo de uno más grande y más general y están listas para dar testimonio acerca de cómo el afm podría haber sido “exitoso”. Por el contrario, este artículo argumenta cómo no lo ha sido. Aunque el afm reúne partidarios de muy diverso origen y prioridad, y goza de amplia atención como objeto de estudio (Ashe, 2013), propongo que el movimiento se ve profanado precisamente por su alteridad. Los logros tan celebrados del afm se hallan limitados por y al interior de una epistemología de la ceguera (Santos, 2009, 2014), y así, ciega a su intoxicación filosófica, los éxitos del movimiento solo refuerzan aquello que pretenden combatir. Ciertamente, lo que denuncio aquí no es la totalidad del relato del movimiento alimentario. La base empírica que tomo como ejemplo, la “alteridad” institucionalmente dirigida de la ciudad de Nueva York, más bien apunta a la sustancia del relato que la capte totalmente. Aun así, el ejemplo de Nueva York y todo lo que denuncio al respecto incluye a gran parte del afm, una sección poderosa que surge desde el interior de los centros epistémicos del sistema-mundo (Wallerstein, 2011) y goza de —o se ve agobiada por— todas las prerrogativas cognitivas, políticas, sociales y económicas que esto implica. No obstante, las historias de futilidad y fracaso no se cuentan ni se venden fácilmente, y estas son las partes de la realidad del movimiento alimentario alternativo de las que poco se habla. En este trabajo me pronuncio al respecto: el movimiento alimentario alternativo es un caballo de Troya, o al menos aquellas partes suyas vinculadas a las promesas epistémicas de los centros del sistema-mundo moderno.
This article examines how and to what extent the alternative food movement (afm), in its various incarnations, has effectively disrupted a food discourse space dominated and ordered by the global-industrial food system. The movement has achieved many particular victories —school gardens here, healthier canteen lunches there; shorter food supply chains here, local-product labeling there; organic cultivation practices here, and at least a little composting there— and some people view the collection of these victories as the beginning of a larger, more general one. They will give testimony to how the food movement might have “succeeded.” This article, instead, is about how it has not. Though the afm gathers very many members of diverse provenance and priority and earns widespread attention as an object of scholarship (see Ashe, 2013 for a review), I submit that it is profaned precisely by its alterity. The afm’s celebrated achievements are bounded by and within an epistemology of blindness (Santos, 2009, 2014), and, blind to its philosophical intoxication, the movement’s successes only reinforce that which they move against. What I denounce here is not the entire alternative food movement story, to be sure, and the empirical base from which I draw its example, New York City’s institutionally ruddered “alterity,” is a pointer to that story’s substance rather than a total capture of it. Still, New York’s example and all that I denounce along with it comprise a major part of the afm, a powerful part that emerges from within the epistemic centers of the world-system (Wallerstein, 2011) and is privileged —or burdened— with all the cognitive, political, social, and economic prerogative that this entails. Futility and failure, however, are not stories readily told or sold, and these are parts of the alternative food movement’s reality too little pronounced. In this paper, I pronounce them: the alternative food movement, or at least those parts of it bound to the epistemic promises of the modern world-system’s centers, is a Trojan horse.
Este artigo examina como e até que ponto o Movimento Alimentar Alternativo (afm, em inglês), em suas diversas versões, tem tido um impacto sobre um espaço discursivo alimentar dominado e organizado pelo sistema alimentar global-industrial. O movimento tem conquistado muitas vitórias particulares —hortas escolares, estabelecimentos com almoços mais saudáveis, cadeias de abastecimento alimentar mais curtas, rotulagem de produtos locais, práticas orgânicas de cultivo e, pelo menos, um pouco de compostagem. Algumas pessoas veem o conjunto dessas conquistas como o começo de uma maior e mais ampla, e estão prontas para testemunhar sobre como o afm poderia ter sido “bem-sucedido”. Contudo, este artigo argumenta como não tem sido. Embora o afm reúna partidários de diversas origens e prioridades, e goze de ampla atenção como objeto de estudo (Ashe, 2013), proponho que o movimento se vê profanado justamente por sua alteridade. Os triunfos tão celebrados pelo afm encontram-se limitados por e no interior de uma epistemologia da cegueira (Santos, 2009, 2014), e assim cega sua intoxicação filosófica, os sucessos do movimento só reforçam aquilo que pretendem combater. Com certeza, o que denuncio aqui não é a totalidade do relato do movimento alimentar. A base empírica que tomo como exemplo, a “alteridade” institucionalmente dirigida da cidade de Nova York, aponta à substância do relato que a capte totalmente. Ainda assim, o exemplo de Nova York e tudo o que denuncio a respeito inclui grande parte do afm, uma parte poderosa que surge do interior dos centros epistêmicos do sistema-mundo (Wallerstein, 2011) e goza de —ou se vê oprimido por— todas as prerrogativas cognitivas, políticas, sociais e econômicas que isso implica. No entanto, as histórias de futilidade e fracasso não se contam nem se vendem com facilidade, e estas são as partes da realidade do movimento alimentar alternativo das quais pouco se falam. Neste trabalho, pronuncio-me a respeito: o afm, ou pelo menos aquelas partes suas vinculadas às promessas epistêmicas dos centros do sistema-mundo moderno, é um cavalo de Troia.
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