O tema da evasão é particularmente interessante para encurtarmos a distância entre as políticas educacionais e a experiência dos alunos em sala de aula. Esse artigo aborda a evasão dos cursos de graduação em Física no Brasil e faz reflexões sobre a responsabilidade desses cursos na produção da desistência. Em uma universidade brasileira de grande porte, observamos que o curso de Física é abandonado por 60% dos seus ingressantes, mas praticamente um terço desses alunos reingressam na universidade em outro curso de graduação. O pressuposto fundamental da presente análise é que a universidade é um espaço de concorrência desigual e que a trajetória dos alunos na universidade reflete a estrutura desse espaço. As rotas de saída do curso de Física foram, portanto, mapeadas, indicando a preferência dos alunos por cursos com maior inserção no mercado de trabalho e menos acessíveis aos filhos da classe popular.
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