Este artigo elege a poética de Rogério Batalha como uma voz renovadora na cena carioca de passagem de milênio. Especialmente em Melaço (2002) e “Cidade Fundida” (2012), o poeta transfigura a sensibilidade à violência urbana e aos imensos contrastes que oprimem a cidade do Rio de Janeiro em linguagem polifônica, e nos obriga a lidar sinestesicamente com riscos e perigos na cidade-poema recriada. Ao contrário de recorrer à poesia ensimesmada do gueto, seus poemas dialogam produtivamente com figuras e tradições literárias precedentes na busca por enfrentamentos do indizível, criando uma épica para a capital carioca. Sua matéria prima é composta de interrogações, repetições, aliterações e expressões parentéticas, além de um vasto repertório lexical de antíteses que recriam, na palavra, os entrechoques urbanos que, não raro, naturalizamos.
This article elects Rogério Batalha’s poetics as a reinvigorating voice on the Rio de Janeiro scene out at the turn of the millennium. Especially in Melaço (2002) and Cidade Fundida (2012), the poet transfigures sensitivity to urban violence and striking contrasts which choke up the city of Rio de Janeiro, Brazil, in polyphonic language, and forces us into synesthetically coping with risks and hazards within the poem-city recreated. Instead of resorting to the inward-looking poetry of the ghetto, his poems engage in productive dialogue with preceding literary figures and traditions in search for coping with the unspeakable, creating an epic for the carioca capital. His raw material is comprised of interrogations, repetitions, alliterations, and parenthetical expressions, in addition to a wide lexical repertoire of antitheses which recreate, along their words, the urban shocks we usually naturalize.
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