Bruno Rudar Teixeira Vasconcelos, Cláudia Regina Brandão Sampaio
A Ocupação Alcir Matos surge no final do ano de 2015, após o poder público municipal promover a remoção involuntária e violenta dos moradores da antiga Cidade das Luzes – ocupação irregular situada no bairro do Tarumã e classificada como APA – Área de Proteção Ambiental, em que moravam aproximadamente 2 mil pessoas. Em condição de total desamparo sociopolítico por parte do poder público, a Ocupação é constituída, em sua maioria, por ex-moradores da Cidade das Luzes. Contando com aproximadamente 40 famílias, a Ocupação é coordenada pela UNMP – União Nacional por Moradia Popular, instituição que trabalha na articulação pelo direito a moradia popular e acesso a políticas públicas, no âmbito dos três poderes, para seus ocupantes. Nossa hipótese é de que essas condições (remoção involuntária e violenta e desamparo social e político) pode provocar processos de sofrimento psíquico (trauma e desamparo) que se traduzem na cena sociopolítica através da alienação e identificação aos discursos hegemônicos que criminalizam, patologizam e marginalizam, colocando esses sujeitos em posições de silenciamento e impedimento da elaboração de perdas e sofrimentos.
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