Ericky da Silva Nakanome, Adan Renê Pereira da Silva
Este texto é resultado de uma reflexão acerca da construção do feminino pelo Boi-Bumbá Caprichoso, no Festival Folclórico de Parintins 2018, por intermédio do item cunhã-poranga, “a mulher mais bela da tribo”. O estudo teve o objetivo de compreender tal construção como instrumento educativo para os espectadores, dado ser o Festival Folclórico a maior expressão da cultura popular do norte, abrangendo boa parte da população em suas fases de elaboração e realização. Destarte, por meio de pesquisa etnográfica, focou-se um item feminino de expressiva representatividade, a cunhã-poranga. O resultado evidencia a mescla do parintinense indígena e construtor da festa, tornando a visão do índio romantizada e espetacularizada simultaneamente, redundando na mulher empoderada, com espaço para novos ideais de beleza e com potencial de descontruir imagens tradicionais do feminino. Com isto, conclui-se que o Festival de Parintins tem o potencial de, por meio da arte, ensinar ao público ideais como o respeito à alteridade, ao feminino e, com destaque, valorizar os saberes nativos de nossos indígenas: os donos da terra.
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