Canadá
Comparamos as propriedades sintáticas e semânticas das expressões de contagem de tempo com as dos sistemas de contagem mais bem estudados, como os números cardinais complexos (KAYNE, 2005, 2016; IONIN; MATUSHANSKY, 2006; STAVROU; TERZI, 2008; DI SCIULLO, 2012, 2015, inter alia). Do ponto de vista tipológico, focaremos nas Línguas Românicas. Argumentamos que as expressões de contagem de tempo, ao contrário de expressões numéricas complexas, podem ter propriedades aspectuais específicas. Observamos primeiro que as expressões de contagem de tempo envolvem um tempo de referência “saliente”, doravante SRT, com base no italiano e no espanhol. Argumentamos que esta hora-tempo de referência saliente pode indicar um ponto de tempo ou um intervalo de tempo. Uma interpretação de um ponto de tempo do SRT dá lugar a interpretações télicas em alguns casos. A ausência de SRT torna sintagmas numéricos não interpretáveis como expressões denotadoras de tempo.
As interpretações télicas geralmente envolvem preposições locativas ou alvo, como a “a” em italiano, para em português ou to “para” em inglês. Por outro lado, as interpretações de intervalo de tempo de SRT são típicas das expressões de contagem de tempo envolvendo pseudo-partitivos em linguagens como o catalão. Nesses casos, o tempo de referência não é visto como o ponto final de um intervalo télico. Também discutimos casos télicos semelhantes aos pseudo- partitivos, na medida em que envolvem constituintes [quarto + minutos], mas também projeções preposicionais aspectuais. Analisamos as expressões de contagem de tempo em termos de projeções preposicionais estendidas, incluindo categorias RelView, discutidas em Cinque and Rizzi (2010) para sintaxe- semântica de preposições locativas / direcionais, a fim de formalizar a localização espacial do tempo. Ao fazê-lo, propomos uma conta unificada para a variedade de expressões de contagem de tempo das Línguas Românicas.
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