O saber‐fazer do tradutor, do ponto de vista ético, poderia ser visto como soma de saberes acumulados em sua experiência de traduzir. Talvez não baste. Talvez seja preciso contar com o estranhamento que o texto põe em cena, e que solicite uma tradução que se ponha à escuta do que nessa escrita perturba e dá lugar ao equívoco, e que busque uma sintonia que dê voz ao que resiste, mas que também ceda à partilha de seus silêncios. Esse saber‐fazer exige um manejo do tempo e uma disposição ao imprevisto, ao improviso e, quem sabe, a um ato de criação.
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