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Resumen de Caracterização sócio-económica da comunidade piscatória de arrasto-de- vara na franja litoral centro-norte de Portugal

A.M. Costa, M. Rangel, Jorge Gaspar

  • Com este trabalho pretendeu-se caracterizar a nível sócio-económico a componente humana da frota de arrasto-de-vara, nomeadamente as categorias de mestre e pescador. Num universo de 111 embarcações dispersas pela costa centro/ norte de Portugal, da Figueira da Foz a Caminha, foi recolhida informação relativa a tripulantes de 46 embarcações através de entrevistas e levantados 109 róis de tripulação. Para tal recorreu-se a entrevistas pessoais e a pesquisa em Capitanias, Delegações marítimas e Associações de pescadores. Foram entrevistados 46 mestres e 64 pescadores tripulantes. No conjunto foram inquiridos 41% dos mestres, 30% dos pescadores e foram levantados 98 % dos róis. Verificou-se que a maioria dos mestres e pescadores vivia onde tinha nascido, mais de 75% tinham origem em terras a norte de Portugal, não havendo mais de 10% de migração para qualquer dos profissionais em questão. A tradição Familiar é forte nesta frota, ultrapassando os 90% para mestres e pescadores, o que resulta num envolvimento familiar elevado, na ordem dos 95% para estes profissionais do mar. Muitas vezes, a participação da cônjuge é fundamental para o pescador, além da continuação do ofício por parte dos filhos, que acabam por seguir a faina. Quanto às habilitações literárias, os profissionais inquiridos acusaram escolaridade baixa, mas curiosamente a taxa de iletrados foi inferior a 5%. A maioria dos mestres possui a instrução primária, mas os pescadores distribuem-se igualmente (41,9%) pelo grau de ensino primário e básico, tendo muitos deles conseguido instrução graças ao curso da FORPESCAS. Cerca de 50% dos trabalhadores iniciaram a sua actividade com idades entre os 11-15 anos, mais de 1/5 dos pescadores iniciaram-se no mar com idades muito precoces, entre os 6 e os 15 anos. A faixa etária do grupo preponderante destes trabalhadores foi de 51- 60 para os mestres e de 31- 40 para os pescadores. O desinteresse por parte das classes mais novas pela pesca tem muitas vezes explicação na dureza da faina. O rendimento mensal do pescador, declarado no inquérito, aproximou-se do salário mínimo nacional, de 200 a 350€, sendo o dos mestres um pouco mais elevado, entre 350-500€. O peso do rendimento da pesca no aglomerado familiar é enorme visto que, mais de 60% dos mestres e pescadores inquiridos revelaram que o seu ordenado é o único da casa, ou seja mais de 75% do rendimento da família. Quanto aos filhos, a maioria dos inquiridos tem um ou dois descendentes. Grande parte da descendência não frequenta a escola. Os profissionais do mar desejam que os filhos sigam outras actividades menos rudes e melhor remu-neradas que a pesca.


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