Jorge Gaspar, A.M. Pereira, P. Vasconcelos, R.J. Lopes
No presente trabalho realizou-se uma caracterização sócio-económica das tripulações associadas à frota da ganchorra que opera na região sul de Portugal continental. A colheita recolha de dados consistiu na realização de entrevistas pessoais e individuais. Os questionários, do tipo estruturado, eram constituídos por perguntas fechadas, pelo que o entrevistado pode escolher entre um leque restrito de respostas (escolha múltipla). Os resultados obtidos mostraram que a maioria dos tripulantes são algarvios e que a maioria reside no local onde nasceu. Dos restantes tripulantes a maior proporção reside em povoações próximas das localidades onde nasceram. Mais de 80% dos inquiridos referiu que a pesca é uma tradição familiar, contudo, pouco mais de 50% referiram que têm, presentemente, familiares ligados à actividade pesqueira. Estes dois aspectos, tradição familiar e envolvimento familiar na pesca, reflecte-se na idade em que os tripulantes entraram para a faina e a Faixa etária dos tripulantes. O envelhecimento das tripulações é notória estando relacionada com os baixos rendimentos da pesca, ou seja os baixos salários, que não compensam, minimamente, a dureza da vida do mar, O impacto que algumas medidas de gestão que visem a interdição temporária da pesca não subsidiadas pelo Governo podem ter no agregado Familiar é elevado já que grande parte dos tripulantes contribui com mais de 50% do rendimento total do agregado familiar. Deste modo, para contornar esta situação, o tripulante é "obrigado" a procurar trabalho no período em que não há pesca. Contudo, a falta de oportunidade de emprego temporário nas comunidades tipicamente piscatórias, sobretudo para aqueles cujas habilitações literárias são baixas, é uma realidade. Todos estes motivos fazem com que a pesca com ganchorra não seja uma actividade atractiva para os jovens pelo que se têm que adoptar medidas urgentes para contrariar esta situação.
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