Naimi Alves Neto, Juliana Carvalho de Araujo de Barros
: Considerando que escritoras mulheres quase sempre têm sido desconsideradas do cânone literário ao longo de todos esses anos no Brasil, desde a colonização à contemporaneidade, especialmente se forem autoras negras e moradoras de espaços periféricos, torna-se uma questão de justiça e de importância tanto humana quanto científica resgatar a voz dessa minoria suprimida por uma sociedade patriarcal em que a literatura é consumida ou produzida, em sua maioria, por homens brancos pertencentes à elite econômica. Ainda hoje permanecem regras predominantemente masculinas que ditam o que é bom ou ruim em literatura, uma condição que consolida critérios machistas do que é ser mulher, criando para esta uma imagem, muitas vezes, negativa e objetificada. Nesse entendimento, o resgate de obras de mulheres negras é de extrema importância para que elas mesmas ocupem o seu lugar de fala. Sendo assim, propomos analisar a obra “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”, da autora Carolina Maria de Jesus, a fim de reconhecer traços de resistência à cultura hegemônica.
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