O texto trata da cidade do Rio de Janeiro e mais especificamente de sua zona portuária em dois momentos distintos – um entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX e outro mais recente, relacionado a realização do projeto Porto Maravilha, desenvolvido no bojo dos grandes eventos esportivos, Copa do Mundo de Futebol, de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. O objetivo foi promover uma análise do processo de refuncionalização atribuído a zona portuária da cidade, a partir de um aporte teórico-metodológico baseado na literatura de João do Rio, autor retratista da vida social no início do século XX e Lima Barreto, crítico social mais contundente. Ambos os autores nos permitira, no diálogo com autores contemporâneos como Henri Lefebvre e Milton Santos, refletir sobre a reprodução das relações sociais de produção no espaço urbano da cidade, e compreender como o turismo se porta em processos desta ordem, da atribuição de novas cargas simbólicas aos lugares, sobretudo se atribui às paisagens novos valores e novos usos, com a consequente transformação destas em produto turístico. Nesta trajetória, coube à literatura fornecer os subsídios necessários à esta compreensão.
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