Em 1998, o Papa João Paulo II publicou a Carta encíclica Fides et Ratio, “sobre as relações entre fé e razão”. Compreensivelmente, ele entendeu por “razão” a produção filosófica, exclusivamente. De fato, os representantes da fé católica tiveram de avaliar, durante quase dois milênios, a produção filosófica, a fim de avaliar seu impacto sobre a fé dos fiéis e, eventualmente, contestá-la para a defesa desta fé. Atualmente, entretanto, em todos os meios, o interesse e o impacto da razão sobre a fé vêm mais da produção científica, porque nunca a tecnociência tinha sido tão fecunda como hoje e, aos olhos de não poucos, com frutos contestáveis. Enquanto a reflexão teológica sobre “fé e filosofia” é abundante, a reflexão teológica sobre “fé e ciência” permanece escassa. Este artigo tenta contribuir para preencher esta lacuna com a documentação, a prudência e o realismo desejáveis, sem a pretensão de esgotar o assunto.Abstract: In 1998, Pope John Paul the Second published the encyclical letter Fides et Ratio, “about the relationship between faith and reason”. Understandably, he saw reason exclusively as philosophical production. In fact, in order to assess the impact of the philosophical production on the faithful and, eventually, dispute it in defense of the faith, the representatives of the Catholic faith have had to take it into consideration for almost two millennia. Now, however, in all the various milieus, the interest reason has for the faith and its impact on the faithful come more often from the scientific production because never has the techno-science been as productive as it is today even if, in the eyes of many, with controversial results. While the theological reflection about “faith and philosophy” is plentiful, the theological reflection on “faith and science” remains scarce. This article attempts to fill this gap with the required documentation, caution, and realism, but it does not claim to have exhausted the subject.
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