: Analisam-se aqui o ponto de vista crítico de Humberto de Campos como parte da história do contato de autores brasileiros com a literatura mundial e a repercussão dessas leituras em seus julgamentos – uma “tomada de consciência” acerca das letras brasileiras. Como objeto de análise, trabalha-se o conjunto dos dez primeiros textos de “Vida literária”, coluna assinada pelo autor no jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, entre os dias 30 de agosto e 25 de outubro de 1928, em que se depreende a importância da tradução de ideias francesas em seus discursos, contribuição esta para a formação do gosto e da estética no Brasil daquele ano. Dialogam com o objeto as bases teóricas dos seguintes autores: Candido, Casanova, Even-Zohar, Fischer, Moretti, Mukarovsky e Schwartz, que de alguma maneira discutem a formação de uma literatura universal a partir da inter-relação das literaturas nacionais, e cujo enfoque é a atuação do crítico e das traduções (o tradutor) como agentes de câmbio no mercado dos bens literários, segundo tese de Paul Valéry.
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