Eli Narciso da Silva Torres, Dirlene de Jesus Pereira
Tomando como base as transformações do sistema punitivo na transição para a modernidade, Michel Foucault forja novos instrumentos conceituais para uma analítica do poder. Gestada durante os “anos rebeldes”, este arsenal teórico e político permite-nos compreender os principais aspectos da sociedade disciplinar em crise, evidenciada pela ampla agenda de reformas de instituições sociais como o Estado e o sistema prisional, sob a batuta do neoliberalismo, no qual o discurso de liberdade se constitui o elemento central. O presente artigo procura demonstrar os principais deslocamentos efetuados pelo autor em relação ao aparelho conceitual disponível em seu tempo, realçando a dificuldade de compreensão das mudanças recentes, apartando-as da estratégia geral de poder existente em nossas sociedades, evidenciando a necessidade de uma ruptura epistemológica devido as íntimas relações entre saber, poder e sujeito na cultura ocidental.
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