O artigo analisa o lugar ocupado pela temática raça, infância e educação infantil na produção teórica educacional, com ênfase nos estudos do campo da educação infantil e do currículo. Argumenta que o conceito e a abordagem do currículo, na perspectiva da justiça curricular, podem se constituir um caminho possível na busca de um lugar teórico de legitimidade dos estudos que abordam essa temática, principalmente, aqueles produzidos por mulheres negras e pesquisadoras. Alerta para o fato de que as análises sobre raça, infância e educação infantil indagam e denunciam não somente as relações de poder e as desigualdades, mas, também a existência e os impactos do racismo que afetam de forma contundente a vida e a dignidade das crianças pequenas negras e suas famílias. Essa imbricação de fenômenos perversos está presente no cotidiano, nos currículos e nas práticas da educação infantil. Para maior compreensão dessa situação complexa, o artigo propõe que seja realizada a articulação teórica entre o conceito de justiça curricular e justiça cognitiva.
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