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Resumen de Memorias y (des)memorias de la dictadura. Una lectura de La mujer sin cabeza, de Lucrecia Martel

Marta Casale

  • español

    El film, de 2008, propone una historia en la que fácilmente pueden encontrarse correspondencias con la desaparición de personas durante la dictadura militar argentina:

    la desaparición de un cuerpo, un probable crimen que es eficientemente ocultado, la corrupción y la complicidad. Pero, tras la interpretación alegórica más evidente, aparece la posibilidad de otra menos obvia que, por un lado, la refrenda y, por el otro, la cuestiona, a través, sobre todo, de procedimientos formales. De este modo, el relato plantea dos lecturas que, sin embargo se vinculan, relacionando, además, presente y pasado: los desaparecidos de ayer son los invisibilizados de hoy, fruto de un régimen que se propaga, más allá de los límites de la dictadura, a través de políticas económicas neoliberales que los excluyen.

    Al poner nuevamente en foco estas cuestiones, la película interpela moralmente al espectador sobre su propio rol en dichos contextos.

  • English

    The film, from 2008, proposes a story in which one can easily find correspondences with the disappearance of people during the Argentine military dictatorship: the disappearance of a body, a probable crime that is efficiently hidden, corruption and complicity. But, after the most obvious allegorical interpretation, there appears the possibility of another less obvious one that, on the one hand, endorses it and, on the other, questions it, through, above all, formal procedures. In this way, the story raises two readings that, however, are linked, relating, in addition, present and past: the disappeared of yesterday are the invisible of today, the result of a regime that spreads, beyond the limits of the dictatorship , through neoliberal economic policies that exclude them.

    By putting these issues back in focus, the film morally challenges the viewer about its own role in both contexts.

  • português

    O filme, de 2008, propõe uma história na qual podem se encontrar correspondências com a desaparição de pessoas durante a ditadura militar argentina: a desaparição de um corpo, um provável crime que é eficientemente ocultado, a corrupção e a cumplicidade. Mas, após a leitura mais evidente -baseada quase que integramente no conteúdo explícito- aparece a possibilidade de outra menos obvia que, por um lado a referenda e, pelo outro, a questiona. Esta baseia-se na dualidade, também moral, que Martel vai construindo em forma deliberada e que leva ao espectador, por diversos mecanismos formais, a se questionar pelo seu próprio papel na sua situação aludida, seja como testemunha, ou seja como agente, fruto de uma identificação que o retrotrai à disjuntiva entre obrar ou não, revitalizando, deste modo, processos de memória no que diz respeito aos fatos concretos acontecidos no passado recente.

    Entre a lembrança e a negação, La mujer sin cabeza aparece como o sintoma inocultável de uma sociedade na qual o silêncio converte-se em doença


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