Reino Unido
Socorro, Portugal
This paper presents the zooarchaeological results from the 2016 excavation in Castro da Azougada (Moura, Portugal). The latter is a well preserved site dated from the 5th and 4th centuries BC, and it is a key element for the understanding of the Iron Age occupation of Baixo Alentejo. Castro da Azougada was first excavated in the 1940s by Fragoso de Lima and Manuel Heleno, and only revisited in September 2016 when it was recovered an assemblage of archaeological materials including pottery, metals, lithics, bones and shells from Iron Age levels.
The faunal assemblage is composed by 632 remains of mammals, shells and fish. Mammals are the best represented but the high fragmentation of the remains allows species identification of only a few fragments. They reveal a local rural economy including domesticated species, such as cattle and caprids. Red deer is also present, even though it is hard to determine if it was hunted by local people or acquired by commercial exchanges. The exploitation of the local rivers Guadiana and Ardila is confirmed by the presence of freshwater shells (Unio delphinus and Potomida littoralis); whereas trading activity with the country’s littoral is revealed by the identification of saltwater shells (cf. Ruditapes sp.) and fragments of marine fish bones (probably from the shark family).
To sum up, zooarchaeological evidence shows an inland Iron Age site characterised by herding and local fishing activities, with diets including wild game and complemented by coastal resources obtained by trading
Neste estudo apresentam-se os resultados da análise dos restos faunísticos recuperados em 2016 na escavação arqueológica do Castro da Azougada (Moura, Portugal). O sítio apresenta uma cronologia que aponta para os séculos V–IV a.C. e que, pelo seu grau de conservação, consiste num elemento importante para a compreensão da Idade do Ferro no Baixo Alentejo. Inicialmente escavado na década de 1940 por Fragoso Lima e Manuel Heleno, o Castro da Azougada voltou a ser intervencionado em setembro de 2016 recuperando-se um conjunto de materiais arqueológicos, nos quais se incluem cerâmicas, metais, líticos e um conjunto de faunas da Idade do Ferro.
O conjunto faunístico é constituído por 632 restos de fauna mamalógica, malacológica e ictiológica.
A coleção mamalógica é a mais representativa, mas o elevado grau de fragmentação possibilitou apenas a identificação de alguns restos. Estes indicam a exploração de uma economia local bastante ruralizada, onde se incluem espécies domésticas, como o gado bovino e ovicaprino. A presença de espécies selvagens está também confirmada pelas evidências de veado, embora o seu modo de aquisição seja ainda desconhecido, se por atividades de caça locais ou por trocas comerciais. Foram também recuperados restos de conchas fluviais (Unio delphinus e Potomida littoralis), que apontam para uma exploração dos recursos dos rios Guadiana e Ardila. A presença de fragmentos de malacofauna marinha (cf. Ruditapes sp.) e de fragmentos de espinhas de peixe de espécies também marinhas (possivelmente da família dos tubarões) é reveladora de relações comerciais com o litoral.
Os dados faunísticos apontam assim para um sítio de características rurais, pelo menos em parte dedicado à exploração dos recursos agropecuários e fluviais do território em que se implanta, revelando alguns indícios de ligações comerciais com o litoral.
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