Minha experiência com os índios Suyá convenceu-me que o trabalho de um antropólogo depois de seu treinamento e sua preparação, tem várias fases distintas. A primeira delas é o trabalho de campo, na qual os fatos sociais múltiplos e ininteligíveis são descritos e interpretados com grande dificuldade. A segunda é o período da descrição minuciosa do que foi coletado e de uma nova interpretação distanciada dos dados brutos — freqüentemente uma oportunidade para uma crítica aguda de todos aqueles que trabalharam na área. E, depois, temos o terceiro momento, quando os dados coletados e devidamente interpretados de uma maneira são repensados a partir de um ponto de vista diferente. É quando, de repente, perguntamos a nós mesmos: — “Meu Deus! Será que eu realmente deixei passar essas questões básicas?” Uma oportunidade para ponderar a identidade étnica dos Suyá levou-me a este terceiro estágio.
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