Uma das inquietações que temos, etnólogos que trabalhamos com sociedades indígenas, é a possibilidade de um dia vermos nossos escritos serem avaliados pelos nossos “objetos” de pesquisa, como, aliás, acontece na África e nos Estados Unidos, para desconforto da profissão antropológica. Foi sentindo-me um pouco na posição de um africano ou de um indio norte-americano que li Brasil, Anthropological Perspectives. Apesar das boas contribuições do livro, o Brazil aí apresentado é um Brasil estrangeiro, por vezes visto com lentes folclóricas, por vezes com lentes românticas, ou, simplesmente, fora de foco.
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