Não tenho nenhuma simpatia pelo memorialismo. A matéria privilegiada desse gênero — uma espécie de curriculum vitae, discursivo e comentado — é bastante pobre no meu caso. Além disso, falar na primeira pessoa foi sempre para mim uma quase violência. Falarei apenas o mínimo, apenas para situar-me, quando indispensável. O depoimento, no entanto, permite que a pessoa que fala se transfigure em testemunha. Depõe sobre acontecimentos, oferece registros.
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